sábado, 7 de maio de 2011



BAHIA: UMA TERRA DE VALOR
- projeto - 




Vídeo de abertura do projeto, 05/05/2011.


APRESENTAÇÃO

            O projeto da Escola Municipal Dr. Antonio Carlos Magalhães, elaborado para cumprimento do proposto no projeto Bahia: uma Terra de Valor, tema lançado pela Secretaria de Educação do município de Poções para o ano letivo 2011, é resultado do esforço coletivo de professores, coordenação e direção da escola. Contudo, apenas cumprirá seus objetivos quando for, verdadeiramente, colocado em prática, para tanto a participação de nossos alunos torna-se fundamental. Em verdade, será a partir do esforço de todos, Secretaria de Educação, coordenadores, professores, direção e alunos, que a realização do projeto se dará.
            O projeto que ora se segue é uma proposta de preparação e execução de atividades, cujo intuito é abordar o estado da Bahia em toda sua diversidade: sociedade, economia, política e cultura. Para cumprir proposta tão audaciosa e estimulante entrarão em ação os saberes escolares, reunidos em grandes áreas do conhecimento humano: ciência, artes e linguagem.
            Por outro lado, como todo projeto aberto às vicissitudes da realidade escolar, cuja dinâmica é impossível de ser totalmente prevista e capturada, este projeto é ainda uma obra inacabada. Muito do que se pretende aqui dependerá do campo aberto do futuro. Não obstante, o planejamento que ora apresentamos visa demarcar linhas gerais de atuação, temas a serem trabalhados, atividades a serem desenvolvidas, propostas metodológicas e formas de avaliação. Dessa forma, conduziremos um grande plano de trabalho que nos orientará no sentido que desejamos, todavia, sem recusar a compreensão de que toda atividade pedagógica, por extensão coletiva, deve estar aberta à inovação, à dinâmica das idéias, à criatividade e espontaneidade.
            O nosso projeto é composto por planos de trabalho elaborados pelos professores de cada componente curricular. A preparação dos planos foi acompanhada pela coordenação pedagógica da escola, visando integrar melhor as áreas do conhecimento, bem como relacioná-las às diretrizes da Secretaria Municipal de Educação. O plano de trabalho das disciplinas indica sub-temas, por componente curricular, em que cada disciplina teve total liberdade de formular suas temáticas. Os sub-temas derivam do tema geral, Bahia: uma terra de valor. Além da escolha de sub-temas, acompanha o projeto planos de trabalho elaborados pelo professores de cada componente curricular, informando sobre objetivos, conteúdos, metodologia, avaliação e recursos a utilizar. Cada plano de trabalho traz uma pequena apresentação da componente curricular, redigida pelos professores, indicando, em linhas gerais, a temática a ser trabalhada, e, quase sempre, a compreensão da importância das atividades do projeto para o processo de ensino-aprendizagem.
            Por fim, buscou-se, na medida do possível, articular os conteúdos, definidos por série, com a metodologia e os recursos a serem utilizados. Esse procedimento visa dar o devido suporte pedagógico ao processo de ensino-aprendizagem, cujo objetivo maior é desenvolver nos educandos as habilidades e competências necessárias ao conhecimento da “língua e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política”[1]. Tal deve ser o objetivo curricular maior da educação básica, e consequentemente, do ensino fundamental. Com este projeto a Escola Dr. Antonio Carlos Magalhães busca se colocar diante de formas de ensino-aprendizagem que visem a formação integral do seu educando: formação para o trabalho, exercício da cidadania e formação intelectual.    
       
JUSTIFICATIVA


            O projeto Bahia: uma Terra de Valor busca ampliar o resultado das pesquisas do projeto anterior, juntamente com o objetivo de promover pesquisas de caráter local, ponto de partido que possa estimular nos estudantes a curiosidade pelo saber como um todo.
A presente proposta de trabalho tem por finalidade a sistematização, aprofundamento e ampliação dos estudos da localidade em que estão inseridos os sujeitos produtores de conhecimento. Isso significa que o projeto ora apresentado nada mais é do que uma continuação dos trabalhos realizados com êxito no ano de 2010: “Poções: um resgate histórico pela comunidade escolar municipal”.[2]
 
            Tal compreensão pedagógica apóia-se em importantes e consagrados pensadores da educação, como Froebel e Vygotsky. Sobretudo este último, aponta na direção de formação do ser social (“o homem”) “como o resultado do desenvolvimento histórico e social, onde o conhecimento é um processo de interação entre o sujeito e o meio, não só físico, mas também sócio-cultural”[3]. A vinculação com a realidade se complementa, num primeiro momento, com o contato com o meio imediato, local. Nesse sentido, nos parece muito apropriado abordar nosso contexto mais próximo: Poções e, agora, a Bahia; ou seja, “conhecer na realidade próxima objetos e fenômenos locais, que podem ser posteriormente identificados noutras regiões, territórios, outros países ou moderados”[4] .
            Também é correto que essa concepção pedagógica sócio-histórica “garante uma motivação mais adequada do ponto de vista pedagógico e uma aprendizagem mais científica e profunda como resultado da acumulada experiência por via direta”[5]. Apenas devemos tomar o cuidado de não limitar as possibilidades do conhecimento humano à localidade e/ou regionalidade. O contexto imediato deve ser a “ponta de lança” de um desenvolvimento intelectual mais amplo, universal, ou em outros termos, dialético. Só se compreende bem a parte no seu todo, e o todo é muito mais do que a soma das partes. Devemos rumar em direção do conhecimento universal, mas sem perder de vista as particularidades locais e regionais: “A intenção de promover estudos sobre a história local é a de que os educando possam ampliar a capacidade de observar sua localidade de forma mais ampla”[6]. Do particular para o geral, como convém ao método indutivo; mas também do geral para o particular, princípio basilar do método dedutivo. A riqueza da abordagem depende de como dosar essas duas escalas de compreensão do real.
            Do ponto de vista estritamente pedagógico, as atividades de aprendizagem do ensino fundamental devem, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), promover
o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo (...) a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade (...) a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores (...) o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. [7]

Trata-se da formação básica do indivíduo e cidadão, membro do meio social. Esse também deve ser o “espírito educativo” desse projeto. As atividades empreendidas precisam se direcionar para a formação de estudantes capazes de compreender o mundo a sua volta, produzir conhecimento através de pesquisas, exercer a cidadania, o pensamento crítico, a autonomia, desenvolver a sensibilidades artística e os valores mais elevados de uma sociedade.
Projetos que ampliam os horizontes da educação, com uma forte dose de atividades extra-classes e extra-muros da escola, muito podem contribuir nesse empreendimento, sempre alvissareiro, que é a produção do saber. O empenho de todos torna-se condição fundamental não apenas para a realização das atividades do projeto, com a consequente exibição dos resultados a todos, mas também assegura o cumprimento adequado dos preceitos da prática educativa dos educadores e a aprendizagem e a formação integral dos educandos.
Mais do que tratar da Bahia e sua diversidade, riquezas, belezas e contradições, o nosso projeto visa constituir uma sólida proposta de ensino-aprendizagem, em que se desenvolvam, na devida conta, as capacidades de aprender e de transformar a sociedade da qual fazemos parte, em busca do tão almejado “futuro melhor” para todos. Dito isso, que o estado da Bahia seja o palco por onde, neste instante, se possa percorrer a trajetória humana do conhecimento. Que entrem os atores!  



[1] Ver: LDB 9.394 de 20 de dezembro de 1996, art. 26, parágrafo primeiro.
[2] Projeto Bahia: uma Terra de Valor, Introdução, s/p.
[3] Idem.
[4] Idem.
[5] Idem.
[6] Idem.
[7] LDB, Seção III, Art. 32, inciso I.